Mudanças climáticas devem aumentar transmissões de zika e dengue

Centro de Operações de Emergências de Arboviroses, já são 635 casos fatais registrados até 11 de junho, um aumento de 22% em relação ao mesmo período do ano passado.

A última atualização do órgão, criado neste ano pelo Ministério da Saúde, aponta 1,3 milhões de ocorrências prováveis de pessoas infectadas até o momento. Em 2022, foram 1.450.270 casos.

Se a presença da dengue, cujo principal vetor é a fêmea do Aedes aegypti, se mostra assustadora no presente, um estudo da Universidade de Michigan (EUA) indica um panorama no futuro ainda pior.

O potencial de transmissão das arboviroses — doenças que incluem, além da dengue, zika e chikungunya — pode aumentar 20% nos próximos 30 anos devido às mudanças climáticas.

Mosquito Aedes aegypti transmite dengue - EPA - EPA Os dois primeiros mapas acima mostram a potencial incidência do mosquito Aedes aegypti no mundo em dois momentos do século 20 (de 1902 a 1931 e de 1987 a 2016); no mapa inferior, as áreas avermelhadas revelam a diferença entre um e outro, ou seja, onde o inseto proliferou ao longo do tempo. - Liu-Helmersson  - Liu-Helmersson projeto internacional Harmonize, financiado pelo fundo Wellcome Trust, que vai pesquisar como as mudanças climáticas podem alterar os padrões de incidência de doenças transmitidas por mosquitos. Segundo ele, "as doenças tropicais estão entrando para as zonas temperadas. Tive uma reunião com pesquisadores franceses que estão preocupadíssimos com a presença do Aedes aegypti no sul da Europa e querem aprender conosco para enfrentar uma eventual epidemia."

Agente da Vigilância Ambiental  - Paulo H. Carvalho/Agência Brasília - Paulo H. Carvalho/Agência Brasília estudo conduzido por pesquisadores de quatro universidades de Minas Gerais destaca como as matas, ao contrário do que diz o senso comum que as associavam com doenças tropicais, são uma das principais ferramentas de combate contra o Aedes aegypti.

"O Aedes aegypti não consegue sequer se instalar em uma área florestal. Só se estabelece em um ambiente com menos competidores e nenhum predador. Ele lida mal com a biodiversidade brasileira, e quando a diminuímos é criado o nicho perfeito para o mosquito se instalar e se reproduzir", explica Sérvio Pontes Ribeiro, titular do Laboratório de Ecologia do Adoecimento e Florestas (Leaf) da Ufop, um dos responsáveis pela pesquisa.

Segundo o pesquisador, uma importante solução para combater a proliferação desse mosquito nas cidades é reflorestar dentro e no entorno dos municípios. "Os corredores arbóreos atraem passarinhos e outras espécies de mosquitos que não são transmissores de doenças e podem competir com eles. As matas bem cuidadas e preservadas fragmentam a população de Aedes aegypti e têm um efeito de dissolução".

(Por Luis Patriani)

Notícias da Floresta é uma coluna que traz reportagens sobre sustentabilidade e meio ambiente produzidas pela agência de notícias Mongabay, publicadas semanalmente em Ecoa. Esta reportagem foi originalmente publicada no site da Mongabay Brasil.

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