El Niño e derretimento das geleiras: viveremos o junho mais quente do mundo
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Essas últimas leituras coincidem com o início oficial desse fenômeno climático. Recentemente, o Copernicus também anunciou que a superfície dos oceanos havia tido o mês de maio mais quente já documentado.
"Se um ano é particularmente quente, isso não é necessariamente significativo, mas o que fica claro é essa forte tendência, que mostra um aumento nas temperaturas de cerca de 0,2°C por década", sublinha François-Marie Breon.
Limite do Acordo de Paris
Copernicus também aponta que, no início de junho, as temperaturas globais ultrapassaram os níveis pré-industriais em mais de 1,5°C, que é o limite de aquecimento mais ambicioso proposto no Acordo de Paris sobre o Clima, de 2015. Esta é a primeira vez que esse limite foi ultrapassado em junho, mas o marco já havia sido cruzado várias vezes no inverno e na primavera, nos últimos anos.
O serviço Copernicus está sediado em Bonn, na Alemanha, o mesmo local onde as negociações internacionais sobre o clima estão sendo realizadas sob a égide da ONU, antes da Conferência do Clima de Dubai (COP28), no final do ano. O uso de combustíveis fósseis (carvão, petróleo, gás) pela humanidade é apontado como os principais causadores do aquecimento global e sua continuidade voltará a ser debatida neste encontro.
✅"Os anos de El Niño sempre foram quentes, mas agora eles vêm em um cenário de aquecimento alimentado pelo uso de combustíveis fósseis, década após década, que tornou as temperaturas extremas mais prováveis",💥️ sublinha Richard Hodgkins, professor de geografia da British Universidade de Loughborough.
Os episódios de calor "têm como consequência os incêndios florestais, o degelo dos polos ou o aumento da demanda por eletricidade para climatização", condições que "só contribuem para o aquecimento", salienta o especialista. Isso num momento em que uma forte seca já atinge a Europa e que incêndios estão devastando o Canadá.
Os especialistas também observam um fenômeno de temperaturas "excepcionalmente altas" no Atlântico Norte, lembra ainda François-Marie Bréon.
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