Após sanção de Lula, lei atuará contra racismo e homofobia no esporte
Felizmente, porque numa sociedade estruturada na violência, como é o nosso caso, se faz mais que necessário nomeá-las, uma a uma. Por aqui, o que fica exclusivamente no campo da interpretação subjetiva pode ser tudo, inclusive nada. Que é geralmente o caminho escolhido pelas instituições que deveriam proteger os ofendidos, mas invariavelmente acolhe quem ofendeu.
O esporte é uma poderosa ferramenta de educação para a cidadania. Além do bem-estar físico e mental, a prática esportiva alarga horizontes emocionais, impulsiona habilidades sociais. Quantas vezes você não escutou uma história em que pai e filho conseguiram construir e sustentar uma relação de troca afetiva a partir do seu clube de futebol em comum? Ou, quantas vezes você não acompanhou a transformação da vida de uma jovem a partir do Judô, do Karatê. Do Rugby?
Então, uma coisa é fato no Brasil, o esporte faz parte do horário nobre da atenção. Não importando qual modalidade, o que acontece nas quadras, piscinas, campos e tatames vira conversa por dias vida afora, inspira hábitos e comportamentos. Está mais do que na hora de aprendermos a usar melhor o esporte como uma grande plataforma popular de educação no Brasil. E esse trecho da lei pode ajudar nisso.
Nomear as violências para a responsabilização é provocar as instituições a mergulharem em uma definição sobre cada uma delas. Não tem como haver legislação, sem entendimento conceitual. E nesse mergulho, nesse detalhamento, e essa é minha esperança, que a gente consiga desnaturalizar absurdos. Mais que isso, crimes. Por exemplo, a homofobia nos estádios e clubes de futebol.
Que as federações, clubes e atletas se engajem especialmente nesse trecho da Lei Geral do Esporte. Que tragam para a consciência e para os seus posicionamentos públicos, que um país em que todas as pessoas sejam radicalmente livres de toda e qualquer violência contra si mesmas, seus afetos e as suas crenças, é a maior vitória que poderiam ter.
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