James Webb acaba de nos transportar para um momento-chave da história do Universo

Três galáxias formadas menos de 600 milhões de anos após o Big Bang contam a história da primeira luz no cosmos. James Webb mostra-nos o momento de como tudo começou no Universo.

Desde o seu lançamento, há dois anos, o Telescópio Espacial James Webb (JWST) tornou-se a nossa melhor ferramenta para observar o universo primitivo.

Graças à sua capacidade de ver muito longe, permitiu-nos descobrir as galáxias mais antigas que se conhecem. A sua últimas descoberta deixa muito de inveja em nós.

O nascer de uma galáxia

Uma equipa de astrónomos acredita ter observado pela primeira vez o nascimento de três galáxias no início do nosso universo, 💥️na era conhecida como reionização.

Esta observação foi possível graças ao trabalho do JWST, um telescópio especialmente concebido para este trabalho.

Estas 💥️galáxias ter-se-iam formado há mais de 13 mil milhões de anos, quando tinham passado 400 a 600 milhões de anos desde o Big Bang. Por outras palavras, o Universo tinha apenas 3% da idade que tem hoje.

Não é a primeira vez que a Webb espreita para esta era do nosso cosmos, mas poderá ser a primeira vez que vemos o “desenrolar” de uma galáxia neste universo primitivo.

Um acontecimento chave, uma vez que esta é precisamente a era em que a luz foi criada no cosmos, 💥️a era da reionização.

Associamos o Big Bang a uma grande explosão e, como tal, a um clarão de luz. O problema é que o Universo era então demasiado denso para que os fotões pudessem viajar.

Quando o Universo deixou de ser tão denso, a “explosão” deixou de ser tão energética e tudo o que se formou foi hidrogénio estável.

Estas galáxias são como ilhas brilhantes num mar de gás opaco. Porque foi quando este gás começou a acumular-se e a formar estrelas que a luz foi criada no Universo.

Explicou o coautor Kasper Heintz num comunicado de imprensa.

Esta também não é a primeira vez que o JWST nos dá pistas importantes sobre esta aurora do universo.

A máquina do tempo

O trabalho baseia-se em dados compilados pelo JWST e, mais especificamente, no seu espetrógrafo especializado no segmento infravermelho do espetro eletromagnético (NIRSpec).

A equipa utilizou a chamada transição Lyman-alfa (Lyman-α) para a sua análise. Esta transição ocorre com a absorção da luz por nuvens de gás neutro que rodeiam a fonte de emissão.

Isto tornou possível distinguir o gás de fundo das galáxias recém-formadas. Os pormenores do trabalho foram recentemente publicados num artigo na revista Science.

A equipa é cautelosa na interpretação dos dados. Entre os pontos ainda por esclarecer pela equipa estão questões-chave como a localização relativa do gás em relação a estas galáxias primitivas, e se este gás é “hidrogénio puro” ou se elementos mais pesados já estavam presentes nestas galáxias primitivas.

O primeiro passo será procurar mais observações semelhantes e assim construir uma base de dados que permita conclusões estatisticamente sólidas, explica a equipa.

Será então possível validar esta descoberta, abrindo assim uma nova via na exploração da história inicial do nosso universo.

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