Fabricantes europeias alertam que a UE pode ficar para trás no setor dos elétricos
Que a União Europeia (UE) está, de certa forma, a ficar para trás, já sabemos. Afinal, as fabricantes já se queixaram, anteriormente, do atraso. Contudo, decidiram reforçá-lo, alertando que é crucial definir uma estratégia industrial sólida para os elétricos.
"✅Ao contrário da China e dos Estados Unidos, a UE carece de uma estratégia industrial sólida para apoiar a produção de veículos elétricos", alertou Sigrid De Vries, diretora-geral da Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis (ACEA), sublinhando que o velho continente arrisca-se a ficar para trás na corrida.
Uma indústria europeia vibrante de veículos elétricos é vital para alcançar os objetivos climáticos. A Europa quer definir o ritmo global para a descarbonização, mas deve fazer mais para impulsionar as indústrias críticas que fazem parte da solução de uma forma sincronizada e coerente.
Segundo um relatório da École Polytechnique de França, a competitividade da UE na produção de veículos elétricos está, atualmente, em jogo. Isto, devido a ameaças, como o controlo chinês da cadeia de abastecimento e os incentivos dos Estados Unidos da América (EUA) para se erguerem fábricas em solo norte-americano.
A estratégia da China destinada aos elétricos é altamente desafiadora, pois envolve mineração, refinação, indústria transformadora, redes de transporte de mercadorias, energia, incentivos à compra e reciclagem. Por ser tão completa, reforça a sua vantagem e competitividade.
Por sua vez, conforme apontado pelo relatório, a UE aposta numa abordagem regulatória fragmentada. Embora sejam destacados os avanços na produção de células de bateria, o desenvolvimento da cadeia de valor não acompanha o ritmo da procura. Ora, o resultado é conhecido: enorme dependência da China.
Para a ACEA, a estratégia europeia para os elétricos tem, obrigatoriamente, de impulsionar a competitividade da indústria:
O quadro regulamentar da UE carece de uma abordagem holística à eletrificação dos veículos. Uma manta de retalhos de regulamentações – a uma taxa de oito ou nove por ano, em média – desvia fundos vitais e prejudica a competitividade.
Para fazer face às alterações climáticas e impulsionar a crescente indústria europeia de veículos elétricos, a UE deve desenvolver um quadro regulamentar e financeiro adaptado para criar um ambiente empresarial favorável.
Sentimo-nos encorajados pelos sinais recentes da UE que reconhecem os imensos desafios e ameaças à competitividade que o nosso setor enfrenta. A recente proposta de alargar as regras de origem da UE e do Reino Unido para veículos elétricos é indicativa disso, mas muitas vezes a UE coloca a carroça regulamentar à frente dos bois, em detrimento das suas indústrias críticas.
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