iOS 16.6.1 para iPhone corrige bug que permitia ao spyware israelita vigiar utilizadores especiais
O iOS 17 está a poucos dias de ser lançado. Contudo, as máquinas atuais que têm o iOS 16 recebem agora uma versão que deve instalar já. O iOS 16.6.1 para iPhone traz importantes correções de segurança. Segundo o que foi partilhado recentemente, este bug permitia ao famoso software de spyware Pegasus vigiar funcionários de uma empresa sediada em Washington DC.
Embora o iOS 17 esteja a poucos dias de ser lançado, a Apple lançou há algumas horas atualizações importantes para iPhone, Macs e iPad. Assim, estão disponíveis as versões iOS 16.6.1, macOS Ventura 13.5.2, e iPadOS 16.6.1.
Estas atualizações de segurança são a resposta da Apple a certos ataques cirúrgicos aos sistemas operativos da empresa. Uma batalha que está mesmo a incomodar alguns governos, como já vimos o caso do Reino Unido. Isto porque a Apple ataca imediatamente as falhas por forma a isolar os seus equipamentos destes ataques dos software espiões.
Apple divulga falha ✅zero-day relacionada com o spyware do Grupo NSO
A Apple lançou atualizações de software nesta quinta-feira para resolver duas vulnerabilidades ✅zero-day que, segundo os investigadores, foram utilizadas para distribuir o spyware Pegasus do Grupo NSO a pelo menos uma vítima.
Os investigadores de cibersegurança do Citizen Lab da Universidade de Toronto afirmaram que 💥️todos os utilizadores de dispositivos Apple devem atualizar imediatamente os seus sistemas operativos para corrigir as falhas.
Na semana passada, ao verificar o dispositivo de um funcionário de uma organização da sociedade civil sediada em Washington DC com escritórios internacionais, o Citizen Lab encontrou uma vulnerabilidade zero-days ativamente explorada que estava a ser usada para entregar o spyware mercenário Pegasus do NSO Group.
Disseram os investigadores.
A cadeia de exploração era capaz de comprometer iPhones com a última versão do iOS (16.6) sem qualquer interação por parte da vítima.
Afirmaram os investigadores.
Segundo refere a Apple, 💥️um bug, registado como CVE-2023-41064, permitia que os dispositivos - incluindo alguns iPhones, iPads, Macs e Apple Watches - se tornassem vulneráveis a ataques ao processar "uma imagem maliciosamente criada". Esta vulnerabilidade afeta especificamente a estrutura Image I/O.
A outra 💥️vulnerabilidade, CVE-2023-41061, cria problemas de segurança de forma semelhante se um dispositivo receber um "anexo maliciosamente criado". Esse bug surgiu na função Carteira da empresa.
Em ambos os casos, a Apple disse que estava "ciente de um relatório de que este problema pode ter sido explorado ativamente".
Spyware: Grupo NSO em luta aberta contra a Apple
As informações que a Apple recebeu do Citizen Lab ajudaram-na a atacar o problema de forma imediata. O que espoletou uma atualização extraordinária, de segurança.
As atualizações de software aplicam-se ao macOS Ventura, iOS, iPadOS e watchOS. O novo software foi disponibilizado como parte das atualizações regulares destes produtos. Contudo, refira-se, a 💥️Apple não usou a sua nova funcionalidade Resposta Rápida de Segurança - o termo que a Apple usa para correções de bugs emitidas com urgência entre atualizações completas do sistema operativo.
Com a divulgação destas duas vulnerabilidades, a empresa já corrigiu 13 ✅zero-day em 2023.
Desde que foi desenvolvido pela primeira vez em 2011, o Pegasus tem sido utilizado em todo o mundo, frequentemente por governos que espiam os seus cidadãos. Foi utilizado para atingir o jornalista saudita assassinado Jamal Khashoggi, membros do movimento de independência da Catalunha e investigadores dos direitos humanos no México.
Nos últimos anos, os reguladores tentaram impedir a sua disseminação, tendo o Parlamento Europeu instado os países membros da UE a proibi-la. No início deste ano, o Presidente dos EUA, Joe Biden, assinou uma ordem executiva que bloqueia a utilização de spyware comercial pelo governo.
Não é a primeira vez este ano que a Apple revela ✅zero-day alegadamente utilizados em campanhas de spyware: dois erros corrigidos em junho foram explorados numa campanha que o governo russo atribuiu aos EUA.
Uma outra resposta rápida de segurança, em julho, exigiu que a Apple a refizesse depois de a primeira versão da correção ter impedido que alguns sites fossem apresentados corretamente.
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