ONU alerta para o perigo dos implantes cerebrais de IA: "Podem manipular as pessoas"
A corrida tecnológica está a acontecer em várias frentes e serão poucas as que não representam riscos e perigos. Hoje, falamos dos implantes cerebrais, na sequência de um alerta da Organização das Nações Unidas (ONU).
É ambição de algumas empresas desenvolver chips para serem implantados no cérebro das pessoas. Ainda que o objetivo apregoado seja notável e, diga-se, louvável, 💥️há riscos associados. Afinal, embora impressionante, estamos, literalmente, a entrar na cabeça das pessoas.
A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) organizou uma conferência, em Paris, para 💥️debater as preocupações éticas que surgem com o desenvolvimento de neurotecnologia. O evento alerta para o risco que este tipo de tecnologia representa para a liberdade e a privacidade dos pensamentos das pessoas.
Conferência explora os riscos dos implantes cerebrais
Do leque de empresas que está a desenvolver implantes cerebrais baseados em IA, há muitas a preocupar a ONU. A mais recente chamada de atenção está relacionada exatamente com a sua aplicação na neurotecnologia. Especificamente, com o 💥️risco de implantar chips de IA no cérebro dos seres humanos.
Segundo Mariagrazia Squicciarini, economista da UNESCO, utilizar a IA "é como colocar esteroides na neurotecnologia". A agência organizou a conferência, abrindo espaço para o debate sobre as implicações éticas da tecnologia no tratamento de problemas neurológicos.
A conclusão é que existe uma total falta de proteção; de facto, não se pode imaginar menos proteção para os dados do cérebro.
Disse, durante a conferência, Rafael Yuste, investigador do Centro Nacional de Neurotecnologia de Espanha e da Universidade de Columbia, que participou num estudo no qual foram analisados os acordos entre consumidores e utilizadores de 18 das principais empresas de neurotecnologia do mundo.
Neurotechnology is a fast-expanding field!
If left unregulated, it can pose risks to our very own humanity.
At @UNESCO we believe that progress & innovation can thrive through solid #NeuroEthics frameworks. Discover what we are doing about it: https://t.co/Xa6mPmPeCz pic.twitter.com/uNBP8hypxP
— UNESCO 🏛️ #Education #Sciences #Culture 🇺🇳 (@UNESCO) July 13, 2023
De facto, a neurotecnologia pode 💥️ajudar a resolver muitos problemas e a melhorar, de forma considerável, a vida das pessoas. No entanto, "💥️também pode aceder e manipular o cérebro, produzindo informação sobre as nossas identidades e emoções", conforme recordou Audrey Azoulay, diretora-geral da UNESCO.
Em 2023, a UNESCO desenvolveu um manual de recomendações sobre a ética da IA. O documento, que foi adotado por 193 Estados-membros, centra-se em quatro pilares: 💥️direitos humanos, garantia da paz, diversidade e inclusão, e ambiente. A UNESCO defende que este poderia ser o ponto de partida para a criação de um quadro regulamentar internacional.
Por sua vez, a ONU partilhou que apela à 💥️expansão e diversificação da investigação sobre neurotecnologia e inteligência artificial. Afinal, para já, mais de 80% das publicações no domínio da neurociência foram produzidas por apenas 10 países, e apenas seis detêm 87% das patentes de neurotecnologia.
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