YouTube está a recomendar vídeos de tiroteios em escolas a crianças
Os seus filhos ou crianças próximas de si, certamente que se perdem durante largos minutos (se não horas) no YouTube. O que veem nem sempre é acompanhado pelos adultos e se até começam por ver um vídeo inofensivo, de desenhos animados ou jogos, rapidamente estão a cair em vídeos não recomendados para a sua idade. As crianças estão a ser levadas para vídeos de tiroteios em escolas a crianças e de armas, por recomendação do próprio algoritmo do YouTube.
Hoje já sabemos que deixar as crianças horas agarradas aos ecrãs a fazer scrool em vídeos que passam rápido de mais, não é saudável para o seu desenvolvimento cognitivo. Além disso, o facto de serem seres altamente influenciáveis leva-os a seguir aqueles exemplos que veem na internet, colmatando em alguns casos em atos que colocam as suas vidas em risco.
O YouTube pode ser encarado como um lugar melhor que o TikTok ou do que o Instagram, mas saibam que os conteúdos que estão numa das redes são normalmente replicados nas outras. Por isso, o único lugar mais seguro na internet será aquele onde a criança é acompanhada pelos adultos... e ainda assim há várias interrogações.
As recomendações perigosas do YouTube
Um novo relatório indica que as crianças que tem interesse por vídeos de jogos está-lhes a ser recomendados conteúdos relacionados com armas e com tiroteios em escolas.
De acordo com o Tech Transparency Project (TTP), um grupo de vigilância sem fins lucrativos, o algoritmo de recomendação do YouTube está "a empurrar meninos interessados em videojogos para cenas de tiroteios em escolas, instruções sobre como usar e modificar armas" e outros conteúdos centrados em armas.
Os investigadores criaram quatro novas contas no YouTube para consumir conteúdos associados a meninos de 9 anos e meninos de 14 anos (duas contas para cada grupo etário). Todas as contas assistiram a listas de reprodução de conteúdo sobre videojogos populares, como Roblox, Lego Star Wars, Halo e Grand Theft Auto. Com base nessas visualizações foram avaliadas as recomendações das contas durante um período de 30 dias em novembro passado.
Segundo o que é relatado, o estudo concluiu que o YouTube enviou conteúdo sobre tiroteios e armas para todas as contas de jogadores, mas num volume muito maior para os utilizadores que clicaram nos vídeos recomendados pelo YouTube. "Esses vídeos incluíam cenas a relatar tiroteios em escolas e outros eventos de tiroteio em massa; demonstrações gráficas de quanto dano as armas podem infligir a um corpo humano; e guias de instruções para converter uma pistola numa arma totalmente automática".
A importância do acompanhamento parental
Além disso, vários dos vídeos recomendados pareciam violar as próprias políticas do YouTube. As recomendações incluíam vídeos de uma jovem a disparar uma arma e tutoriais sobre como converter revólveres em armas “totalmente automáticas” e outras modificações. Alguns desses vídeos também foram monetizados com anúncios.
Num comunicado, um porta-voz do YouTube apontou para a app YouTube Kids e para as suas ferramentas de supervisão parental, que "criam uma experiência mais segura para pré-adolescentes e adolescentes" na sua plataforma.
Segundo o YouTube, o estudo não é esclarecedor quanto às circunstâncias em que as pesquisas foram feitas na plataforma, nem o seu contexto, nem a forma como as contas estão configuradas. Contudo, sabemos que a maioria das crianças e jovens acedem ao YouTube a partir das contas configuradas nos smartphones dos pais ou dos seus próprios smartphones, sem qualquer ajuste quando aos limites de conteúdo a reproduzir.
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