Forma como mexemos no rato e no teclado do computador revela os nossos níveis de stress

Normalmente, medimos o nível de stress através do ritmo cardíaco. Contudo, um grupo de investigadores descobriu que a forma como as pessoas utilizam o rato e o teclado do computador é um indicador mais certeiro.

Rato e teclado. Foto de Rayi Christian Wicaksono no Unsplash

Ficámos surpreendidos com o facto de a forma como escrevemos no nosso teclado e movemos o nosso rato ser uma melhor previsão do stress que sentimos num ambiente de escritório do que o nosso ritmo cardíaco.

Quem o diz é Mara Nägelin, coautora de um novo estudo levado a cabo por investigadores da ETH Zurich e matemática responsável pela investigação no Chair of Technology Marketing and the Mobiliar Lab for Analytics.

Numa experiência, os investigadores perceberam que as pessoas stressadas escrevem com o teclado e movem o rato de forma diferente daquelas que estão relaxadas. Conforme mencionam, numa comunicação, estas conclusões poderão ser úteis na prevenção do aumento do stress no local de trabalho.

Stress. Foto de Elisa Ventur no Unsplash

Segundo a autora, "as pessoas que sofrem de stress movem o ponteiro do rato com mais frequência e com menos precisão e cobrem distâncias mais longas no ecrã". Por sua vez, aquelas que estão descontraídas "tomam caminhos mais curtos e diretos para chegar ao seu destino e demoram mais tempo a fazê-lo".

Mais do que isso, através da observação, perceberam que as pessoas que se se sentem mais stressadas no escritório cometem mais erros quando escrevem com o teclado:

Escrevem em intervalos de tempo e começam com muitas pausas breves. As pessoas relaxadas fazem menos pausas, mas mais longas, quando escrevem num teclado.

Aquilo que os investigadores observaram não lhes é alheio e pode ser explicado através de algo conhecido como ruído neuromotor. De acordo com Jasmine Kerr, psicóloga, colega de Nägelin no campo da investigação e coautora do estudo, "o aumento dos níveis de stress tem um impacto negativo na capacidade de o nosso cérebro processar informação" e "também afeta as nossas capacidades motoras".

Investigadores estão a trabalhar num modelo de stress

Para desenvolver o seu modelo, os investigadores da ETH Zurich observaram 90 participantes no laboratório, enquanto realizavam tarefas de escritório que se aproximavam o mais possível da realidade, desde planear marcações a registar e analisar dados.

Escritório. Foto de Mario Gogh no Unsplash

Aquando da experiência, registaram o comportamento do rato e do teclado dos participantes, assim como os seus ritmos cardíacos. Além disso, perguntaram-lhes várias vezes o quão stressados se sentiam.

Enquanto uma parte dos participantes foi autorizada a trabalhar sem perturbações, a outra teve ainda de participar numa entrevista de emprego. Mais do que isso, metade deste grupo foi também repetidamente interrompido com mensagens num chat.

Escrever com um teclado. Foto de Christin Hume no Unsplash

Nägelin explica que a forma como os participantes escreveram no teclado e moveram o rato foi um melhor indicador de stress do que o seu ritmo cardíaco, pois os ritmos cardíacos dos participantes dos dois grupos não se registaram assim tão diferentes. Isto poderá dever-se ao facto de todos os participantes terem recebido tarefas e estarem, efetivamente, mais próximos da realidade laboral.

Apesar de ser um indicador eficaz, os investigadores estão conscientes de um possível problema:

A única forma de as pessoas aceitarem e utilizarem a nossa tecnologia é se pudermos garantir que os seus dados serão anonimizados e protegidos.

Jasmine Kerr assegura que querem ajudar os trabalhadores a identificar o stress antecipadamente, "e não criar uma ferramenta de monitorização para as empresas".

Atualmente, os investigadores estão a testar o seu modelo de stress em funcionários que concordaram em ter o comportamento do seu rato e do seu teclado, bem como os seus dados cardíacos, monitorizados, no local de trabalho. A mesma aplicação questiona, regularmente, os funcionários sobre os seus níveis de stress subjetivos.

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