Bolsonaro divulga ato do 79 e, sem citar Nunes e Marçal, diz que candidatos a prefeito podem ir
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) gravou um vídeo chamando seus apoiadores para um ato na avenida Paulista, no dia 7 de Setembro, Independência do Brasil, e deu um aparente recado ao prefeito Ricardo Nunes (MDB). No vídeo, postado nesta quarta-feira (28), ele afirma que "qualquer candidato a prefeito" de São Paulo poderá comparecer.
Aliados do ex-presidente afirmam que Pablo Marçal (PRTB) pediu para ir ao evento bolsonarista e, por isso, o ex-presidente liberou a presença de qualquer candidato. Como Nunes também já confirmou presença, pessoas próximas a Bolsonaro dizem que o evento deve reunir o prefeito, Marçal e também Marina Helena (Novo).
A mensagem de Bolsonaro, abrindo espaço tanto para Nunes quanto para Marçal, ocorre num momento de aproximação do bolsonarismo com o candidato do PRTB e abandono do prefeito, embora o emedebista seja o nome apoiado oficialmente pelo ex-presidente.
Bolsonaro e seus filhos chegaram a abrir fogo contra o autodenominado ex-coach, mas recuaram diante da reação negativa do seu público. Nesta quarta-feira (28), Carlos Bolsonaro publicou nas redes sociais que conversou com Marçal.
"Conversei há pouco com Pablo Marçal, foi muito educado e bacana comigo. Expusemos nossos pontos e fico feliz em ter a consciência que queremos rumar nas mesmas direções quando falamos de Brasil", disse.
Em entrevista ao podcast Flow, também nesta quarta-feira, Marçal afirmou que a relação com Carlos está pacificada.
"Hoje foi a primeira vez que falei com ele no telefone, a gente resolveu nosso problema." Anteriormente, Marçal já se referiu a Carlos como "retardado".
No vídeo de convocação para o 7 de Setembro, Bolsonaro não menciona Nunes nem Marçal, que tem crescido nas intenções de voto entre bolsonaristas.
"É um movimento suprapartidário. E, como um candidato a prefeito da capital queria comparecer, nós autorizamos. Assim como qualquer outro candidato a prefeito da capital está autorizado a subir no carro de som também. Obviamente, não fará uso da palavra porque não teremos ali um ato político", disse o ex-presidente.
Na semana passada, Nunes desconversou ao ser questionado se irá ao ato bolsonarista e disse que possivelmente teria compromissos das solenidades oficiais do 7 de Setembro no mesmo horário.
À coluna Painel, nesta quarta, porém, o prefeito disse que vai comparecer à manifestação.
Anteriormente, Nunes tinha dito que caso tivesse algum compromisso oficial da comemoração da Independência do país, seu vice de chapa, Ricardo Mello Araújo (PL), iria ao ato de aliados do ex-presidente.
"Se por acaso eu não puder estar por conta da questão de agenda do 7 de setembro, as agendas oficiais, porque eu continuo prefeito, pelo menos o coronel Mello estará lá nos representando."
O ato foi convocado em protesto contra o ministro do Supremo Alexandre de Moraes, que conduz os inquéritos que miram o grupo político do ex-presidente.
Como mostrou a coluna Mônica Bergamo, emissários como Filipe Sabará, responsável pelo plano de governo de Marçal, têm mantido diálogo intenso nesta semana com parlamentares e dirigentes políticos ligados a Bolsonaro.
A ideia é que expoentes bolsonaristas comecem a declarar apoio a Marçal, saltando do barco do prefeito para o do empresário.
Com isso, criariam um movimento que poderia trazer a própria família Bolsonaro para a campanha —ou ao menos mantê-la distante da campanha de Nunes.
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