Ahá, uhú, o continente é nosso!
Dos 16 times que se classificaram para as quartas de finais dos dois torneios mais importantes da América do Sul, 9 são brasileiros.
E talvez não seja mais porque tanto o Grêmio quanto o Palmeiras foram eliminados em clássicos nacionais, pelo Fluminense e pelo Botafogo.
Na Sula também, o brasileiro que caiu, o Bragantino, perdeu para o Corinthians.
Na Libertadores, sobraram só três vagas para os hermanos da Argentina, com o River Plate, do Uruguai, para o Peñarol, e do Chile, para o Colo-Colo.
Na Sula, dois argentinos, Racing e Lanús, um paraguaio, o Libertad, e um colombiano, o Independiente.
Pena que na primeira divisão continental teremos mais dois confrontos brasileiros, entre Botafogo e São Paulo e entre Atlético Mineiro e Fluminense, embora garanta dois semifinalistas do Patropi e, quem sabe, três, se o Flamengo passar pelo Peñarol, missão menos difícil que sobreviver à altitude de La Paz, como se viu.
Em vez de fazer prognósticos, cabe não deixar passar sem registro o que se viu de melhor nos jogos da semana.
Com destaque óbvio para o jogo do ano, disputado entre Palmeiras e Botafogo.
Épico, dramático, de matar do coração, escolham a rara leitora e o raro leitor como definir.
Coisa parecida nos tempos mais recentes só mesmo Argentina 3, França 3, na final da Copa do Mundo no Qatar, noves fora a importância incomparável entre as disputas.
O jogo em que o Botafogo, sem dois jogadores fundamentais como Eduardo e Júnior Santos, e com o melhor do time, Luiz Henrique, fora de combate já aos 30 minutos do clássico, dava aula de eficácia, ao fazer 2 a 0, aos 11 e aos 19 minutos, e a certeza de que o embate estava resolvido.
Até que apareceu o time da virada.
De tanto buscar, o Palmeiras diminui, aos 41 e enlouquece a casa verde.
Sim, havia quem acreditasse ser possível não apenas empatar, pela honra, mas virar, que levaria aos pênaltis. Havia! E com razão.
Porque o Palmeiras empatou, aos 44.
Todo o mundo só pensou naquilo, o acontecido no 4 a 3 do Campeonato Brasileiro passado.
O palmeirense pela fé, o botafoguense pelo pavor.
De novo, de novo!, acreditaram uns.
De novo, não!, rogaram outros.
E aconteceu de novo! — mas não aconteceu de novo.
Porque, nos acréscimos, o Palmeiras fez o 3 a 2 para reafirmar o futebol como o mais maravilhoso dos esportes.
Então o VAR apareceu para fazer as vezes de estraga prazeres da emoção e seguir a determinação burra de anular gols em que a bola bate na mão do autor.
"Estragar o prazer de quem, cara-pálida", perguntará o botafoguense aliviado e de volta ao protagonismo do futebol brasileiro.
Nada, mas nada mesmo se viu nesta temporada parecido com a epopeia vivida pelo Palmeiras, fortíssimo candidato ao tricampeonato brasileiro, agora que terá todo o tempo do mundo para se dedicar apenas a ele.
Seus bravos rivais Botafogo, Fortaleza e Flamengo terão de se desdobrar em duas frentes, os dois primeiros, e em três, o terceiro.
Por fim, perguntinha desinteressada: você já tinha visto uma torcida, em casa, assistir seu time sofrer a virada e transformar em epopeia a classificação obrigatória, porque o goleiro pegou três pênaltis seguidos —dois deles eliminatórios, e o último, o da vitória?
Pois, acredite se não viu, aconteceu em Itaquera.
Fidelino está hospitalizado até hoje. Mas passa bem…
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