Fortaleza mostra que o Nordeste está por cima

Não bastasse o Nordeste ter salvado o país de viver mais quatro anos de pesadelo obscurantista, eis que agora tem um time cearense na liderança do Campeonato Brasileiro, mesmo com um jogo a menos que o Botafogo.

É claro que ainda faltam 15 rodadas para o Tricolor do Pici e muita água ainda passará sob a ponte, mas o time além de jogar bem, e de modo seguro, tem aquilo necessário para ser campeão: sorte. A sorte de enfrentar um time incapaz de fazer gols.

Como aconteceu na vitória contra o Corinthians, por 1 a 0, ao achar o gol de Pikachu, aos 32 minutos do segundo tempo, depois de o alvinegro perder inacreditavelmente três gols feitos.

O time do treinador argentino Juan Vojvoda, o melhor treinador estrangeiro que está no Brasil desde a saída de Jorge Jesus, comete a proeza de deixar para trás, nesta altura do campeonato, bichos-papões e milionários do Sudeste e do Sul brasileiros.

Fruto também da boa gestão que vigora desde que se livrou do terraplanista senador Luís Eduardo Girão, em 2017, e passou a ser comandado por Marcelo Paz, primeiramente como presidente, agora como CEO da SAF criada no clube.

Nem mesmo a luta em duas frentes tem impedido o sucesso do time que obteve contra o Corinthians sua nona vitória seguida no Brasileirão, e o enfrentará de novo pelas quartas de final da Copa Sul-Americana na condição de favorito.

Da série de vitórias consecutivas, inclua uma contra o Flamengo, no Maracanã.

Melhor mandante da competição, o Fortaleza está invicto em casa, com 11 vitórias em 14 jogos.

Se alguém, por preconceito, quiser diminuir a trajetória nordestina, que o faça, porque sempre existirá alguém capaz de negar a redondeza da Terra e da bola.

A estrela Endrick


Todos dizem que Endrick tem estrela —e todos estão errados.

Quem tem estrela é o Real Madrid, é o céu da capital espanhola.

Porque o mais jovem madridista a fazer gol em La Liga é a própria estrela que brilhou ao jogar oito minutos e, na primeira chance, deixar sua marca diante do Valladolid.

Faltou dizer

Sobre a epopeia vivida entre Palmeiras e Botafogo, faltou acrescentar a bola no travessão chutada por Gabriel Menino no último minuto.

"Ah, mas Savarino também mandou no travessão no começo do clássico", alguém dirá. É verdade.

Só que, acredite, existe uma diferença abissal entre a bola na trave no primeiro minuto de um jogo e no último, embora ambas não alterem o placar.

Ataque mortal

Pense na relação de atacantes convocados por Dorival Júnior: Rodrygo, Endrick, Estêvão, Luiz Henrique, Pedro, Savinho e Vinícius Junior.

Sim, na defesa não se tem tanta qualidade, principalmente na lateral-direita. E no meio de campo falta aquele armador ao qual nos acostumamos desde Didi, o Príncipe Etíope, seguido por Gerson, Rivellino etc. etc. etc.

Mas o ataque…

Tirante Rodrygo e Pedro, excelentes, que não são dribladores, os demais são capazes de entortar até vigas de aço.

Zagueiros pelo mundo afora devem estar preocupados e o simples fato de nos livramos de Raphinha e Antony causa enorme alívio.

O filósofo catalão

"Por que a cada ano seus times jogam diferente?", perguntou o atilado repórter Renato Senize, da ESPN.

"Porque se eu fizer tudo sempre igual ficarei aburrido", respondeu Pep Guardiola, sem notar quanto ensinamento tem em mais uma de suas frases exemplares.

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