Parques: concessão ou ocupação?
Os parques são lugares públicos por natureza e pela natureza que se consagraram como espaços de passeio, de encontros sociais e de contemplação. A preocupação com o meio ambiente impôs aos parques a condição de núcleos de preservação ambiental. A consolidação das atividades físicas como recomendação à boa saúde trouxe um novo impulso, passando a serem frequentados sistematicamente em diversos horários pela população de diferentes idades e camadas sociais em busca de boa condição física e mental. Os parques públicos oferecem a imprevisibilidade de encontros, de situações que os espaços privados não conseguem proporcionar, cujos acessos são controlados e destinados a grupos específicos.
A gestão de um espaço público é de responsabilidade do poder público, seja ela de maneira direta ou indireta, via organizações não governamentais ou mesmo empresa privada, cuja contratação exige transparência e compromisso com o caráter público do espaço. Infelizmente, os administradores têm entendido a manutenção dos parques como um meio de arrecadação de recursos, cedendo seus espaços para atividades lucrativas em detrimento do aproveitamento pela sociedade.
Na cidade de São Paulo, por exemplo, o Parque Villa-Lobos completa 30 anos em 2024. Projeto do arquiteto Decio Tozzi para uma área abandonada, próxima a um depósito de lixo da prefeitura, que, hoje, constitui importante reduto ambiental dado o porte e a exuberância de sua vegetação. Foi concebido como um oásis musical, daí o nome em homenagem ao compositor Heitor Villa-Lobos, com a presença de um anfiteatro e equipamentos destinados ao conhecimento da música, além de quadras para esportes —futebol, basquete e tênis, ciclovia, pistas para caminhadas, áreas de contemplação, biblioteca e orquidário.
Sua proximidade à estação Jaguaré da CPTM confere-lhe uma rara condição de acessibilidade em relação a outros parques urbanos, sendo frequentado por pessoas vindas de várias regiões da capital. Estima-se que cerca de 5.000 pessoas passem pelo parque a cada dia da semana, e cerca de 20 mil aos finais de semana.
Muitos trabalhadores cruzam o parque, vindos da estação de trem, rumo aos bairros da Lapa, Vila Leopoldina, Boaçava e Alto de Pinheiros. Tornou-se ao longo dos anos um lugar de encontro de esportistas, de famílias e amigos, inclusive para comemoração de aniversários e até de formaturas. Um reduto de inclusão, resiliência e sustentabilidade, conforme os objetivos estabelecidos pelas políticas globais da Agenda 2030 da ONU.
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