Gigantes do setor de defesa devem faturar valor recorde até 2026
As maiores empresas aeroespaciais e de defesa do mundo estão prestes a arrecadar uma quantia recorde nos próximos três anos, beneficiando-se de um aumento nas encomendas governamentais de novas armas em meio ao aumento das tensões geopolíticas.
Os 15 principais contratantes de defesa devem registrar um fluxo de caixa livre de US$ 52 bilhões (R$ 285,84 bilhões) em 2026, de acordo com uma análise da Vertical Research Partners para o Financial Times —quase o dobro do valor no final de 2023.
Cinco dos principais contratantes de defesa dos EUA devem gerar um fluxo de caixa de US$ 26 bilhões (R$ 142,92 bilhões) até o final de 2026, mais que o dobro da quantia em 2023. Os números excluem a Boeing, devido aos seus problemas recentes e à sua forte ênfase na aviação civil.
Na Europa, os campeões nacionais BAE Systems, Rheinmetall e a sueca Saab, que se beneficiaram de novos contratos para munições e mísseis, devem ver o fluxo de caixa combinado aumentar em mais de 40%.
A indústria está se beneficiando de um aumento acentuado nos gastos militares, à medida que os governos elevam seus orçamentos em resposta à guerra na Ucrânia e aos conflitos no Oriente Médio e na Ásia.
Nos EUA, projetos de lei recentes de ajuda à Ucrânia, Taiwan e Israel alocaram quase US$ 13 bilhões (R$ 71,46 bilhões) para a produção de armas nos cinco maiores grupos de defesa da América —Lockheed Martin, RTX, Northrop Grumman, Boeing e General Dynamics— e seus fornecedores. No Reino Unido, o Ministério da Defesa comprometeu 7,6 bilhões de libras (R$ 55,11 bilhões) para ajuda militar à Ucrânia nos últimos três anos, inclusive a reposição de estoques.
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O aumento nos gastos governamentais já impulsionou a relação de pedidos a níveis quase recordes. Normalmente, leva vários anos para que novos contratos se traduzam em vendas mais altas —as empresas de defesa registram a maioria de suas vendas uma vez que as armas são entregues— mas os fluxos de caixa crescentes já estão provocando debates sobre como a indústria gastará o dinheiro.
"É a questão de um bilhão de dólares para a indústria: as empresas não costumam manter grandes quantias de dinheiro em seus balanços, então o que fazem com todo esse dinheiro se as aquisições não são tão simples? Recompra de ações e dividendos são uma maneira", disse Robert Stallard, analista da Vertical Research.
As empresas já haviam direcionado bilhões de dólares para recompra de ações antes da recente enxurrada de novos pedidos; algumas assumiram alavancagem extra para fazê-lo. O ano passado foi o mais forte para recompra de ações por empresas aeroespaciais e de defesa tanto nos EUA quanto na Europa nos últimos cinco anos, de acordo com dados do Bank of America, embora os níveis permaneçam muito abaixo dos de outros setores.
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