Brasil não tem outra direção para ir, senão para a frente, diz CEO global do Santander
Para Héctor Grisi, presidente global do Santander, a economia brasileira irá continuar em expansão.
"No longo prazo, o Brasil não tem para onde ir, senão para frente. Nesse sentido, nós estamos basicamente tentando convencer as pessoas a investir no Brasil, a realmente olhá-lo de uma forma positiva", disse o executivo durante a 25º Conferência Anual do Santander na América Latina, nesta terça-feira (27).
Segundo o último boletim Focus, o PIB (Produto Interno Bruto) deve crescer 2,43% neste ano, e 1,86% em 2025.
O mexicano Grisi é o primeiro CEO do grupo que não é espanhol. Antes de assumir o controle da holding, ele trabalhou no braço de investimentos do banco, e, desde 1998, viaja com frequência para o Brasil.
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"Estou muito impressionado com esse país. A cada vez que eu venho, volto muito mais impressionado com o que vocês conseguem fazer. Esse mercado vai continuar a prosperar", afirmou Grisi.
"O que eu gosto mais é o quão feliz as pessoas sempre são, o quão orgulhoso vocês são do seu país, então é um prazer estar aqui", completou o executivo.
O presidente do Santander Brasil, Mário Leão, também comentou a economia brasileira durante o evento e ponderou que o estrangeiro vai estar mais otimista do que o brasileiro com o potencial fluxo de investimentos para o país.
"Estamos com a economia sólida, mas não hiperaquecida", afirmou Leão durante painel da conferencia, que contou ainda com Roberto Sallouti, presidente do BTG Pactual.
Sallouti vê o indicadores macroeconômicos melhores que o esperado e o governo Lula mais cauteloso com relação às questões que impactam o câmbio, após a moeda superar os R$ 5,70 há um mês.
"Os números atuais estão muito bons, mas há muita preocupação com o futuro. Vai ser respeitado o arcabouço fiscal? Eu, pessoalmente, acho que vai, mas falou-se tanto que os agentes econômicos querem pagar para ver", afirmou o executivo.
Nesta terça, o dólar fechou em alta de 0,24%, aos R$ 5,50, com os mercados analisando os dados de inflação medidos pelo IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15), divulgados nesta manhã. Em 12 meses, a inflação ficou em 4,35%, perto do teto da meta do BC de 4,5%.
Com a alta dos preços, parte do mercado espera uma elevação da Selic este ano, o que poderia frear o crescimento econômico.
"Está bastante incerto o que pode acontecer com o Copom. O nosso cenário base continua sendo que temos condições de acomodação que permita com que o Banco Central não suba juros", afirmou Leão, do Santander.
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