Ataques simultâneos deixam mais de 70 mortos na maior província do Paquistão
Ataques de separatistas contra delegacias de polícia, linhas ferroviárias e rodovias no Paquistão deixaram pelo menos 73 pessoas mortas, disseram autoridades locais nesta segunda-feira (26).
O número engloba ao menos 38 civis, além de 14 soldados e policiais e 21 combatentes. Os ataques se deram em pelo menos três distritos da maior e menos populosa província do país —o Baluchistão, região no sudoeste paquistanês que há décadas é palco de conflitos entre balúchis nacionalistas e o Estado.
A província faz fronteira com o Irã e o Afeganistão e registra altos níveis de pobreza apesar de suas enormes reservas de ouro, cobre e gás. A insurgência étnica exige a separação da região, que abriga vários projetos liderados pela China, incluindo um porto estratégico.
"Esses ataques são um plano bem pensado para criar anarquia no Paquistão", disse o ministro do Interior, Mohsin Naqvi, em um comunicado.
Najibullah Kakar, um funcionário paquistanês de alto escalão, afirmou à agência de notícias AFP que o ataque mais grave ocorreu no distrito de Musakhail, onde mais de 30 homens armados pararam 22 ônibus, caminhões e vans em uma estrada entre Punjab e Baluchistão.
O atentado teria incendiado dez veículos e matado mais de 20 pessoas. "Os veículos que viajavam de ou para Punjab eram inspecionados e as pessoas de Punjab eram identificadas e baleadas", afirmou ele.
Uma linha ferroviária entre o Paquistão e o Irã e uma ponte ligando Quetta, a capital da província, ao resto do país também foram atingidas com explosivos, disse o funcionário ferroviário Muhammad Kashif à agência de notícias Reuters.
O tráfego ferroviário com Quetta foi suspenso. Ao mesmo tempo, foram registrados ataques a delegacias de polícia e postos de segurança.
O Exército de Libertação do Baluchistão assumiu a autoria dos atentados em um comunicado enviado por email à imprensa. Trata-se do maior de vários grupos insurgentes étnicos que buscam a independência da região.
Recentemente, centenas de balúchis, muitos deles mulheres, protestaram na capital paquistanesa Islamabad e no Baluchistão por supostos abusos das forças de segurança, incluindo desaparecimentos forçados e execuções extrajudiciais —acusações que o governo paquistanês nega.
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