Executivo de banco e advogado: quem são os desaparecidos em naufrágio de superiate
O naufrágio do superiate Bayesian na costa da Sicília, na Itália, deixou seis desaparecidos e um morto. As identidades de todos eles já foram divulgadas e o mais conhecido é Mike Lynch, ex-CEO da empresa de software Autonomy, que foi vendida para a HP por US$ 11 bilhões em 2011.
Os outros cinco desaparecidos têm relações próximas com Lynch. Uma das pessoas que estão sendo procuradas é Hannah Lynch, filha de 18 anos do empresário. A relação ainda tem Jonathan Bloomer, Judy Bloomer, Christopher Morvillo e Neda Morvillo.
A Guarda Costeira da Itália confirmou que o corpo encontrado próximo aos destroços do superiate é de Recaldo Thomas, que trabalhava como chef de cozinha do Bayesian.
As buscas foram retomadas na manhã desta terça-feira (20).
DESAPARECIDO FEZ CARREIRA EM SEGURADORA
Jonathan Bloomer foi testemunha de defesa no julgamento de Lynch em San Francisco (EUA), que absolveu o empresário das acusações de fraude na declaração de receitas da Autonomy durante o processo de venda para a HP.
Bloomer, de 70 anos, que foi nomeado para o conselho da Autonomy como não executivo em 2010, disse ao tribunal, em maio, que Lynch "não estava particularmente interessado no lado financeiro" e preferia se concentrar em estratégia e produtos. Um dia depois, Lynch prestou depoimento e em junho foi absolvido.
Antes do julgamento, Bloomer ficou conhecido por ser executivo do Morgan Stanley International, o braço inglês do banco norte-americano. Ele presidiu o conselho da organização em 2018.
"Estamos profundamente chocados e tristes com esta tragédia. Nossos pensamentos estão com todas as vítimas, em particular a família Bloomer, enquanto todos nós esperamos por mais notícias desta terrível situação", disse um porta-voz do Morgan Stanley.
Bloomer também passou recentemente pela seguradora Hiscox, listada em Londres, onde atuou como presidente não executivo desde o ano passado. O presidente-executivo da Hiscox, Aki Hussain, disse que a empresa ficou "profundamente chocada e triste com este trágico evento".
O executivo também comandou a seguradora Prudential, onde ingressou como diretor financeiro, vindo da empresa de contabilidade Arthur Andersen em 1995. Em cinco anos, ele ascendeu à presidência da empresa.
O tempo de Bloomer como CEO da Prudential foi turbulento, coincidindo com a derrocada das empresas pontocom e os ataques terroristas de 11 de setembro em Nova York. Embora ele tenha sido elogiado por liderar o crescimento do grupo na Ásia e reduzir custos, Bloomer foi contestado por uma fracassada tentativa de adquirir a seguradora American General, em 2022, e depois por cortar os dividendos pagos aos acionistas no ano seguinte. Ele acabou sendo demitido da companhia em 2005.
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O presidente da Aviva, George Culmer, que era o controlador financeiro da Prudential, lembrou-se de um executivo muito inteligente que sempre foi "gracioso, charmoso, afável e justo". "Ele sempre construiu equipes muito boas", disse Culmer. "As pessoas eram leais a ele. Elas o seguiam."
Após uma década na Prudential, Bloomer ingressou na empresa de private equity Cerberus Capital Management como sócio europeu, onde permaneceu por seis anos, até 2012.
Nos anos que se seguiram à sua saída da Pru, Bloomer teve uma carreira plural, combinando uma série de funções não executivas que incluíam a posição de presidente do comitê de auditoria na Autonomy, o que o colocaria no centro de um caso no qual foi alegado que a empresa de software de Lynch inflou falsamente suas receitas.
A HP argumentou que a Autonomy usou vendas deficitárias de hardware para compensar déficits em suas receitas trimestrais. Vendas de hardware de alto valor teriam sido notadas nos relatórios de auditoria da Autonomy, que teriam sido revisados por Bloomer como parte de sua função na sala de diretoria.
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